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IATA afirma que crise do Coronavirus poderá ter um impacto de 110 mil milhões de dólares na aviação

Segundo as últimas estatísticas reveladas pela IATA (International Air Transport Association), o impacto que a crise gerada pelo surto do novo Coronavirus poderá custar à industria da aviação mais de 110 mil milhões de dólares, o que poderá levar a que vários governos acabem por intervir para a sobrevivência das companhias aéreas de cada país. A anterior estimativa apontava para um impacto de “apenas” 29 mil milhões.

Esta situação deve-se à diminuição de reservas durante os meses de Fevereiro a Abril, devido aos receios gerados pela rápida propagação do COVID-19, que já está presente em 89 países (até à data de publicação) com um total superior a 102 mil pessoas infectadas. Esta crise está inclusive a fazer com que as acções de companhias aéreas estejam a cair em banca, com perdas superiores a 25%, desde o início da crise, um valor significativamente superior às perdas registadas durante o surto de SARS, em 2003.

Para fazer frente a tal situação, várias companhias aéreas têm estado a ajustar as suas ofertas, tendo a própria companhia aérea nacional TAP, anunciado uma redução da capacidade em 4% durante o mês de Março, e 6% durante o mês de Abril, o que representa um corte de cerca de 1000 voos. Estes cancelamentos incidem especialmente na operação para cidades nas regiões mais afectadas, sobretudo Itália, mas contemplam também a redução de oferta em outros mercados europeus que mostram maiores quebras da procura, como Espanha ou França, e incluem ainda alguns voos intercontinentais.

A TAP irá contactar todos os passageiros afectados e, em conjunto com eles, encontrar as melhores opções e alternativas para a realização das suas viagens. Mas quem tem sido mais afectado pela crise são as companhias aéreas com ligações para a Ásia, como a Lufthansa, que embora já tivesse anunciado a paragem de 150 das suas aeronaves (25 de longo curso e 125 de médio curso), o que representa um quinto da sua frota de 763 aeronaves, tendo anunciado ontem que iria suspender metade dos seus voos durante as próximas semanas devido às reduções drásticas nas reservas de passagens e inúmeros cancelamentos de voos.

Esta medida terá impacto em todas as companhias do grupo, como a Eurowings, Austrian Airlines, Brussels Airlines e Swiss Airlines, não estando colocado de parte a suspensão de toda a frota de Airbus A380 (14 aeronaves). Outras companhias aéreas estão a fazer frente à crise através de medidas pouco habituais, como a finlandesa Finnair, estando esta em negociações com os sindicados para dispensar, através de licenças sem vencimento, trabalhadores durante 14 a 30 dias, para minimizar o impacto financeiro causado pelo cancelamento das rotas mais lucrativas.

Até ao momento a Finnair anunciou o corte temporário de todos os voos para a China até 30 de Abril, para Milão até 7 de Abril, para a Coreia do Sul até 16 de Abril, tendo igualmente reduzido, de forma significativa, os voos para Hong Kong e Osaka, no Japão. Mas a situação não é única, já que até Emirates anunciou estar a pedir aos seus trabalhadores para se voluntariarem para a atribuição de licenças sem vencimento temporárias.