Se perguntar a quem tirou a carta de condução nos anos 80 e procurava um automóvel acessível e divertido de conduzir, uma das respostas que mais vezes irá ouvir será a do clássico Opel Corsa GT, um modelo que celebra agora 30 anos de vida e que rápidamente se tornou num “dos símbolos da emancipação económica e social de uma geração que participou activamente no arranque de um Portugal mais moderno”. Estas são palavras de João Falcão Neves, Director-Geral da GM Portugal, mas que facilmente podem ser associadas ao pensamento de todos os que responderam Opel Corsa GT na questão inicial.
É certo que um motor 1.3 de 70 cavalos com carburador, transmissão de quatro velocidades, jantes de liga leve de 13 polegadas e velocidade máxima de 162 km/h dificilmente são argumentos que consigam convencer um condutor de veículos modernos, tendo sido necessário à Opel desenvolver um modelo capaz de recriar o mesmo espírito que este modelo com 30 anos. Foi preciso esperar até à quinta geração para que a Opel voltasse a recuperar a mítica sigla GT num modelo que tem a particularidade de ter sido criado exclusivamente para o nosso país.
Para tal, a Opel teve que recorrer a algumas artimanhas disponíveis dentro do grupo, como a aplicação de pára-choques com spoilers dianteiros e traseiros de origem da versão OPC de alto desempenho, jantes de liga leve de 17 polegadas com desenho exclusivo, grelha dianteira negra e com uma barra que integra o logótipo Opel, capas de espelhos retrovisores com acabamento inspirado no padrão da fibra de carbono, e o obrigatório símbolo da versão GT colocado na base dos pilares C.
No interior o destaque recai nos bancos desportivos com maior apoio lateral, volante desportivo muito agradável com revestimento em pele e base plana, e capas dos pedais a imitar alumínio. À semelhança do modelo original dos anos 80, este modelo destaca-se pela inclusão de uma lista de equipamento mais ampla, como o sistema de monitorização de pressão dos pneus, assistência ao arranque em subidas, ar condicionado electrónico, computador de bordo, espelhos com regulação eléctrica, sensores de luz e de chuva, vidros eléctricos, fecho centralizado com comando à distância e o evoluído sistema de infoentretenimento IntelliLink de série.
Este, colocado bem ao centro da consola central, possui um ecrã táctil colorido de sete polegadas, e permite não só interagir com os menus de origem da Opel, como através da ligação por cabo ao seu smartphone, espelhar o seu dispositivo no ecrã central através das tecnologias Apple CarPlay (experimentada) e Android Auto, embora este último ainda esteja limitada a poucos dispositivos compatíveis, sendo necessário aguardar pelo lançamento de actualizações por parte da Opel. Só através da integração com o seu Smartphone poderá usar o ecrã para aceder a aplicações de mapas e navegação, como o Google Maps ou Apple Maps.
Juntamente com estes extras encontram-se os avançados sistemas de apoio à condução, como os faróis Bi-Xénon direccionais com comutação automática das luzes de máximos, alerta de ângulo morto, aviso de saída de faixa, indicador da distância para o veículo da frente, alerta de colisão iminente e câmara Opel Eye, que permite efectuar reconhecimento dos sinais de trânsito. Existe ainda o opcional Advanced Park Assist, que ajuda no estacionamento ao controlar a direcção de forma automática, ao mesmo tempo que revela a manobra através da vista da câmara traseira.
Em termos de motorizações, o novo Opel Corsa GT poderá vir equipado com uma das três motorizações escolhidas, o brilhante 1.0 Turbo EcoTec utilizado nesta viatura do parque de imprensa, o novo 1.4 Turbo de 150 cavalos e o diesel 1.3 CDTi de 95 cavalos, sendo esta versão a mais indicada a quem pretenda um modelo mais económico, mas que optou por esta versão pelo visual radical e maior nível de equipamento. Voltando ao modelo de ensaio, este vinha equipado com o já conhecido bloco de três cilindros de 115 cavalos, introduzido na actual gama Corsa e no pequeno Adam, comportando-se neste chassis de forma exemplar, tanto em termos de desempenho como de consumo.
Se a isto aliarmos um chassis que foi rebaixado em 5 mm e melhorado em termos de comportamento dinâmico, dificilmente ficará desiludido com o comportamento deste Corsa, que recebeu igualmente um sub-chassis dianteiro mais rígido, e de uma nova geometria de suspensão. Também a direcção foi melhorada, através de uma nova afinação, permitindo uma maior precisão graças a uma resposta mais directa. Curiosamente, e apesar de em teoria um chassis mais rígido representar um impacto negativo no conforto, o mesmo não foi sentido a bordo deste Corsa, que manteve as mesmas qualidades já conhecidas da versão “normal”.
Ficha Técnica
Motor | Prestações | ||
Tipo | Três cilindros em Linha | Velocidade Máxima | 195 km/h |
Capacidade | 999 cc | Aceleração (0-100 km/h) | 10,3 s |
Potência | 115 cv (5000 rpm) | Consumos (litros/100 km) | |
Binário | 170 Nm (1800 rpm) | Cidade (anunciado) | 6,1 |
Transmissão | Estrada (anunciado) | 4,2 | |
Tracção | Dianteira | Média (anunciada) | 4,9 |
Caixa | Manual de seis velocidades | Emissões Co2 | 112 g/km |
Chassis | Preço | ||
Dimensões (Comp. / Alt. / Larg.) | 4021 / 1479 / 1736 mm | Valor base | €16 920 |
Peso | 1178 Kg | Valor viatura testada | €18 470 |
Bagageira | 285 – 1100 litros | I.U.C. | €99.29 |